Tempo de Renovar Nosso Amor: Um Chamado à Paixão por Deus, pelas Almas, pela Igreja e pela Palavra
Este artigo, baseado em uma série de mensagens intitulada “Tempo de Renovar Nosso Amor”, convida os leitores a reacender quatro dimensões fundamentais do amor cristão: o amor por Deus Pai, a fonte de toda vida; pelas almas perdidas, o coração da missão de Cristo; pela igreja, a noiva redimida; e pela Palavra de Deus, nossa luz e sustento. Esses amores não são isolados, mas entrelaçados, formando a tapeçaria da nossa vocação. Que estas reflexões, ancoradas na Escritura, inspirem uma renovação profunda em cada coração.
1. O Amor por Deus Pai: O Fundamento da Fé
A Essência do Primeiro Amor
O amor por Deus é o alicerce sobre o qual toda a vida cristã se constrói. Em Apocalipse 2:4-5, Jesus confronta a igreja de Éfeso por abandonar seu “primeiro amor”, exortando-a: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras.” Esse “primeiro amor” não é apenas o entusiasmo inicial da conversão, mas o amor primordial, que coloca Deus acima de tudo. É o que sentimos quando conhecemos Cristo: a oração torna-se um diálogo vivo, o culto uma celebração vibrante, e a vida uma oferta de gratidão.
A Escritura ilustra esse amor com clareza. Em Jeremias 2:2, Deus recorda Israel: “Lembro-me da tua afeição quando eras jovem, do teu amor como de noiva, quando me seguias no deserto.” É a imagem de uma entrega apaixonada, sem reservas. O rei Davi personifica esse amor em 2 Samuel 6:14-15, dançando diante da arca do Senhor “com todas as suas forças”, indiferente aos julgamentos alheios. Contudo, Jesus eleva esse amor a um mandamento supremo em Mateus 22:37: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Essa tríade — coração, alma, entendimento — implica uma entrega total: afetiva, volitiva e intelectual. Deuteronômio 6:5 reforça: “Amarás o Senhor, teu Deus, [...] com todas as tuas forças.” É um amor que consome, que reordena prioridades, que transforma.
Obstáculos ao Amor por Deus
Por que, então, esse amor esmorece? Em Éfeso, a igreja era diligente em obras e doutrina (Apocalipse 2:2-3), mas seu coração se afastara. Três barreiras comuns explicam essa perda. Primeiro, as distrações do mundo. Em 1 João 2:15-16, somos advertidos: “Não ameis o mundo nem o que há no mundo. [...] Porque tudo o que há no mundo [...] passa.” O frenesi da vida moderna — agendas lotadas, redes sociais, ambições materiais — consome o tempo que deveríamos dedicar a Deus. Segundo, o pecado. Isaías 59:2 sentencia: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus.” Não são apenas pecados escandalosos; a ingratidão, o orgulho ou a autossuficiência criam barreiras sutis, mas devastadoras. Terceiro, a religiosidade vazia. Jesus censura em Mateus 15:8: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” Quantos frequentam cultos, cantam hinos, mas vivem desconectados espiritualmente, reduzindo a fé a rituais?
Aplicações Práticas
Reacender o amor por Deus exige intencionalidade. 1. Priorize a oração. Reserve 10 minutos diários, talvez ao amanhecer, para conversar com Deus como amigo, expressando gratidão e buscando Sua face (Salmos 5:3). 2. Confesse e abandone o pecado. Identifique o que vos separa do Pai — uma amargura, uma mentira, uma prioridade errada — e confesse, confiando em 1 João 1:9. 3. Adore com liberdade. No próximo culto, entregue-se à adoração como Davi, cantando com fervor, sem temer julgamentos (Salmos 134:2). 4. Reorganize prioridades. Avalie sua agenda: o que ocupa o lugar de Deus? Reduza uma distração (ex.: redes sociais) e invista esse tempo em comunhão com Ele. Esse amor não é apenas sentimento; é uma decisão diária de colocar Deus no centro.
2. O Amor pelas Almas Perdidas: O Coração da Missão
O Amor de Deus pelas Almas
O amor por Deus transborda inevitavelmente para as almas perdidas, refletindo o coração do Pai. Em Lucas 15:4-7, Jesus apresenta a parábola da ovelha perdida: “Qual de vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai após a perdida, até encontrá-la?” O pastor busca com diligência, carrega a ovelha com ternura e celebra sua volta. O versículo 7 conclui: “Haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende.” Cada alma é infinitamente preciosa. João 3:16 proclama: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito.” Esse “mundo” é cada pessoa — o vizinho, o colega, o estranho nas ruas.
Jesus encarnou esse amor. Em Mateus 9:36, “teve compaixão das multidões, porque estavam desgarradas e errantes, como ovelhas sem pastor.” Ele não apenas sentiu; ensinou, curou, entregou Sua vida. Zacarias 7:9 exorta: “Exercei a verdadeira justiça, mostrai bondade e misericórdia.” A igreja primitiva em Éfeso vivia esse chamado, como Atos 19:10 relata, alcançando toda a Ásia com o evangelho. Contudo, Apocalipse 2:4 sugere que esse zelo missionário desvaneceu, enfraquecendo seu impacto.
Barreiras ao Amor pelas Almas
Por que perdemos esse amor? Primeiro, o egoísmo. Filipenses 2:4 ordena: “Cada um cuide não só dos seus próprios interesses, mas também dos interesses dos outros.” Absorvidos por nossas agendas, ignoramos a dor alheia. Segundo, o preconceito. Em João 4, Jesus dialogou com a samaritana, uma mulher marginalizada, mas quantos evitamos pessoas por sua aparência, escolhas ou passado? Mateus 7:1 adverte: “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Terceiro, o desânimo. Quando compartilhamos a fé e enfrentamos rejeição, desistimos. Gálatas 6:9 encoraja: “Não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo certo colheremos.”
Aplicações Práticas
Amar as almas requer ação intencional. 1. Ore com fervor. Reserve cinco minutos diários para interceder por uma pessoa específica — um parente, um amigo — pedindo que Deus abra seu coração (Colossenses 4:2-3). 2. Construa relacionamentos. Siga o exemplo de Jesus com a samaritana: convide alguém para um café, ouça sua história sem julgar, mostre interesse genuíno (1 Coríntios 9:22). 3. Testemunhe com ousadia. Compartilhe, com simplicidade, como Cristo transformou sua vida, como os apóstolos em Atos 4:20. Não precisa ser eloquente; seja verdadeiro. 4. Viva o evangelho. Que suas atitudes — bondade, paciência, generosidade — reflitam Cristo, como Mateus 5:16 ordena: “Assim brilhe a vossa luz.” Cada gesto pode abrir uma porta para o Reino.
3. O Amor pela Igreja: A Comunhão dos Santos
A Igreja como Corpo de Cristo
O amor por Deus e pelas almas encontra expressão na igreja, o corpo de Cristo. Efésios 5:25-27 declara: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, [...] a fim de a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula.” A igreja não é um edifício, mas um povo vivo, como 1 Coríntios 12:27 afirma: “Vós sois o corpo de Cristo, e membros uns dos outros.” Cada crente é uma parte essencial, e Cristo é a cabeça. Em Atos 2:42-47, a igreja primitiva vivia em comunhão vibrante: oravam juntos, partilhavam bens, cresciam em alegria. Atos 4:32 adiciona: “Eram um só coração e uma só alma.” Essa unidade refletia o amor de Deus ao mundo.
Em Éfeso, a comunhão era forte inicialmente, mas Apocalipse 2:4 indica que ela se fragmentou. A perda do “primeiro amor” incluiu o amor pelos irmãos, enfraquecendo o testemunho coletivo. A igreja é o lugar onde o amor por Deus se concretiza em serviço mútuo e onde o amor pelas almas ganha forma comunitária.
Obstáculos ao Amor pela Igreja
Por que esse amor esfria? Primeiro, as mágoas. Colossenses 3:13 ordena: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente.” Palavras mal interpretadas ou omissões geram ressentimentos que dividem. Segundo, o individualismo. Hebreus 10:24-25 exorta: “Consideremo-nos uns aos outros, [...] não abandonando a nossa congregação.” A cultura moderna promove o isolamento, priorizando interesses pessoais acima da comunhão. Terceiro, as críticas. Efésios 4:29 recomenda: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for útil para edificação.” Murmurações contra líderes, cultos ou irmãos corroem a unidade.
Aplicações Práticas
Amar a igreja exige compromisso. 1. Pratique o perdão. Se há mágoas, siga Mateus 18:15: busque reconciliação com humildade, orando pelo irmão antes de confrontá-lo. 2. Participe ativamente. Comprometa-se com um grupo pequeno, um ministério ou um culto extra, como Hebreus 10:25 sugere, para fortalecer laços. 3. Sirva com seus dons. Romanos 12:6-8 lista dons como ensino, hospitalidade, intercessão. Identifique o seu e use-o — acolha um novo membro, visite um enfermo. 4. Edifique com palavras. No lugar de críticas, agradeça a Deus por algo no culto — o louvor, a mensagem, um voluntário. A igreja é um organismo vivo; cada ato de amor a fortalece.
4. O Amor pela Palavra de Deus: A Luz da Verdade
A Palavra como Sustento e Guia
O amor por Deus, pelas almas e pela igreja é ancorado na Palavra de Deus. Salmos 119:97 exclama: “Oh! Quanto amo a tua lei! Ela é a minha meditação todos os dias.” Ela é viva, como Hebreus 4:12 afirma: “Mais cortante que qualquer espada de dois gumes”, transformando corações. Salmos 119:105 adiciona: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.” Jesus a usou como defesa no deserto, em Mateus 4:4: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” Josué 1:8 promete: “Não se aparte da tua boca o livro desta Lei, [...] e então prosperarás.”
Em Éfeso, a Palavra era central no início, como Atos 19:20 relata: “A palavra do Senhor crescia e prevalecia.” Mas, ao perderem o amor, ela foi negligenciada, enfraquecendo sua fé. A Palavra conecta todos os amores: revela Deus (Salmos 119:11), guia-nos às almas (2 Timóteo 3:16), edifica a igreja (Efésios 4:12).
Barreiras ao Amor pela Palavra
Por que a negligenciamos? Primeiro, a preguiça espiritual. 2 Timóteo 4:3-4 alerta que muitos rejeitam a sã doutrina, preferindo “fábulas”. Distrações digitais ou ocupações consomem o tempo que deveríamos dedicar à Bíblia. Segundo, as dúvidas mundanas. Desde Gênesis 3:1 — “Foi isso mesmo que Deus disse?” —, o inimigo semeia desconfiança. A cultura questiona a relevância da Escritura, sugerindo que está ultrapassada. Terceiro, a desobediência. Tiago 1:22 adverte: “Tornai-vos praticantes da palavra, e não somente ouvintes.” Ler sem obedecer é como comer sem digerir.
Aplicações Práticas
Amar a Palavra exige disciplina. 1. Leia com propósito. Estabeleça um plano: comece com o Evangelho de João, lendo um capítulo por dia, anotando insights (Salmos 119:18). 2. Medite profundamente. Como Salmos 1:2 sugere, reserve um momento para refletir: como o versículo se aplica à sua vida? 3. Obedeça com diligência. Se a Bíblia manda perdoar (Mateus 6:14), perdoe; se manda compartilhar (Lucas 3:11), doe. 4. Compartilhe a verdade. Ensine um versículo a seus filhos, cite-o a um amigo, viva-o em suas ações (2 Coríntios 3:3). A Palavra é o pão que nos sustenta; nutri-vos dela.
Conclusão: Um Chamado à Renovação
Os quatro amores — por Deus, pelas almas, pela igreja e pela Palavra — não são opcionais; são a essência da vida cristã. Eles se entrelaçam como fios de um cordão que nos liga ao coração do Pai. O amor por Deus é a fonte, que transborda em compaixão pelas almas, se concretiza na comunhão da igreja e se firma na verdade da Palavra. Contudo, como Éfeso nos ensina, esses amores podem esfriar. O mundo nos bombardeia com distrações, egoísmo, divisões e mentiras, mas Deus, em Sua graça, nos convoca à renovação. Apocalipse 2:5 é claro: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras.”
Examine seu coração. Está seu amor por Deus vibrante, ou sufocado por prioridades erradas? Preocupa-se com as almas perdidas, ou passa indiferente por elas? Valoriza a igreja, servindo com alegria, ou guarda mágoas que a dividem? Nutre-se da Palavra, ou a deixa empoeirada? A promessa de Salmos 51:10 é para você: “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova-me um espírito firme.” Deus não apenas aponta nossas falhas; Ele restaura, reacende, transforma.
Convite à ação: Hoje, comprometa-se a viver esses amores. Reserve tempo para orar, interceda por uma alma perdida, reconcilie-se com um irmão, leia a Bíblia com fome. Que sua vida seja um manancial vivo, refletindo o amor de Cristo ao mundo. O céu aguarda para celebrar cada passo que você der em direção a esse chamado.
Nota Final
Querido leitor, esta mensagem é um convite para que você não apenas leia, mas viva o amor que Deus plantou em seu coração. Como você tem cultivado esses amores em sua vida? Compartilhe suas reflexões nos comentários abaixo ou entre em contato conosco. Que o Espírito Santo o guie a uma fé apaixonada, missionária, comunitária e ancorada na verdade. Para saber mais, visite nosso cana do youtube Minuto Missionário e reúna conosco na Casa de Oração em Jacaraú PB.