sábado, 12 de abril de 2025

Tempo de Renovar Nosso Amor: Um Chamado à Paixão por Deus, pelas Almas, pela Igreja e pela Palavra

 


Tempo de Renovar Nosso Amor: Um Chamado à Paixão por Deus, pelas Almas, pela Igreja e pela Palavra

Por PAULO EDUARDO

Publicado em 12 de abril, 2025

A fé cristã é, em sua essência, uma história de amor — um amor que flui do coração de Deus para nós e que somos chamados a refletir em nossa vida diária. Contudo, como uma chama que requer cuidado constante, esse amor pode esmorecer se não for cultivado. A igreja de Éfeso, elogiada por Paulo em Efésios 1:15-16 por sua fé e amor, recebeu anos depois uma repreensão solene de Jesus em Apocalipse 2:4: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.” Esse diagnóstico não é apenas histórico; é um alerta para cada crente hoje. Vivemos em um mundo que conspira contra o amor espiritual: distrações roubam nossa devoção, indiferença apaga nosso zelo, divisões corroem nossa unidade, e mentiras tentam silenciar a verdade divina.

Este artigo, baseado em uma série de mensagens intitulada “Tempo de Renovar Nosso Amor”, convida os leitores a reacender quatro dimensões fundamentais do amor cristão: o amor por Deus Pai, a fonte de toda vida; pelas almas perdidas, o coração da missão de Cristo; pela igreja, a noiva redimida; e pela Palavra de Deus, nossa luz e sustento. Esses amores não são isolados, mas entrelaçados, formando a tapeçaria da nossa vocação. Que estas reflexões, ancoradas na Escritura, inspirem uma renovação profunda em cada coração.


1. O Amor por Deus Pai: O Fundamento da Fé

A Essência do Primeiro Amor

O amor por Deus é o alicerce sobre o qual toda a vida cristã se constrói. Em Apocalipse 2:4-5, Jesus confronta a igreja de Éfeso por abandonar seu “primeiro amor”, exortando-a: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras.” Esse “primeiro amor” não é apenas o entusiasmo inicial da conversão, mas o amor primordial, que coloca Deus acima de tudo. É o que sentimos quando conhecemos Cristo: a oração torna-se um diálogo vivo, o culto uma celebração vibrante, e a vida uma oferta de gratidão.

A Escritura ilustra esse amor com clareza. Em Jeremias 2:2, Deus recorda Israel: “Lembro-me da tua afeição quando eras jovem, do teu amor como de noiva, quando me seguias no deserto.” É a imagem de uma entrega apaixonada, sem reservas. O rei Davi personifica esse amor em 2 Samuel 6:14-15, dançando diante da arca do Senhor “com todas as suas forças”, indiferente aos julgamentos alheios. Contudo, Jesus eleva esse amor a um mandamento supremo em Mateus 22:37: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Essa tríade — coração, alma, entendimento — implica uma entrega total: afetiva, volitiva e intelectual. Deuteronômio 6:5 reforça: “Amarás o Senhor, teu Deus, [...] com todas as tuas forças.” É um amor que consome, que reordena prioridades, que transforma.

Obstáculos ao Amor por Deus

Por que, então, esse amor esmorece? Em Éfeso, a igreja era diligente em obras e doutrina (Apocalipse 2:2-3), mas seu coração se afastara. Três barreiras comuns explicam essa perda. Primeiro, as distrações do mundo. Em 1 João 2:15-16, somos advertidos: “Não ameis o mundo nem o que há no mundo. [...] Porque tudo o que há no mundo [...] passa.” O frenesi da vida moderna — agendas lotadas, redes sociais, ambições materiais — consome o tempo que deveríamos dedicar a Deus. Segundo, o pecado. Isaías 59:2 sentencia: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus.” Não são apenas pecados escandalosos; a ingratidão, o orgulho ou a autossuficiência criam barreiras sutis, mas devastadoras. Terceiro, a religiosidade vazia. Jesus censura em Mateus 15:8: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” Quantos frequentam cultos, cantam hinos, mas vivem desconectados espiritualmente, reduzindo a fé a rituais?

Aplicações Práticas

Reacender o amor por Deus exige intencionalidade. 1. Priorize a oração. Reserve 10 minutos diários, talvez ao amanhecer, para conversar com Deus como amigo, expressando gratidão e buscando Sua face (Salmos 5:3). 2. Confesse e abandone o pecado. Identifique o que vos separa do Pai — uma amargura, uma mentira, uma prioridade errada — e confesse, confiando em 1 João 1:9. 3. Adore com liberdade. No próximo culto, entregue-se à adoração como Davi, cantando com fervor, sem temer julgamentos (Salmos 134:2). 4. Reorganize prioridades. Avalie sua agenda: o que ocupa o lugar de Deus? Reduza uma distração (ex.: redes sociais) e invista esse tempo em comunhão com Ele. Esse amor não é apenas sentimento; é uma decisão diária de colocar Deus no centro.


2. O Amor pelas Almas Perdidas: O Coração da Missão

O Amor de Deus pelas Almas

O amor por Deus transborda inevitavelmente para as almas perdidas, refletindo o coração do Pai. Em Lucas 15:4-7, Jesus apresenta a parábola da ovelha perdida: “Qual de vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai após a perdida, até encontrá-la?” O pastor busca com diligência, carrega a ovelha com ternura e celebra sua volta. O versículo 7 conclui: “Haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende.” Cada alma é infinitamente preciosa. João 3:16 proclama: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito.” Esse “mundo” é cada pessoa — o vizinho, o colega, o estranho nas ruas.

Jesus encarnou esse amor. Em Mateus 9:36, “teve compaixão das multidões, porque estavam desgarradas e errantes, como ovelhas sem pastor.” Ele não apenas sentiu; ensinou, curou, entregou Sua vida. Zacarias 7:9 exorta: “Exercei a verdadeira justiça, mostrai bondade e misericórdia.” A igreja primitiva em Éfeso vivia esse chamado, como Atos 19:10 relata, alcançando toda a Ásia com o evangelho. Contudo, Apocalipse 2:4 sugere que esse zelo missionário desvaneceu, enfraquecendo seu impacto.

Barreiras ao Amor pelas Almas

Por que perdemos esse amor? Primeiro, o egoísmo. Filipenses 2:4 ordena: “Cada um cuide não só dos seus próprios interesses, mas também dos interesses dos outros.” Absorvidos por nossas agendas, ignoramos a dor alheia. Segundo, o preconceito. Em João 4, Jesus dialogou com a samaritana, uma mulher marginalizada, mas quantos evitamos pessoas por sua aparência, escolhas ou passado? Mateus 7:1 adverte: “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Terceiro, o desânimo. Quando compartilhamos a fé e enfrentamos rejeição, desistimos. Gálatas 6:9 encoraja: “Não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo certo colheremos.”

Aplicações Práticas

Amar as almas requer ação intencional. 1. Ore com fervor. Reserve cinco minutos diários para interceder por uma pessoa específica — um parente, um amigo — pedindo que Deus abra seu coração (Colossenses 4:2-3). 2. Construa relacionamentos. Siga o exemplo de Jesus com a samaritana: convide alguém para um café, ouça sua história sem julgar, mostre interesse genuíno (1 Coríntios 9:22). 3. Testemunhe com ousadia. Compartilhe, com simplicidade, como Cristo transformou sua vida, como os apóstolos em Atos 4:20. Não precisa ser eloquente; seja verdadeiro. 4. Viva o evangelho. Que suas atitudes — bondade, paciência, generosidade — reflitam Cristo, como Mateus 5:16 ordena: “Assim brilhe a vossa luz.” Cada gesto pode abrir uma porta para o Reino.


3. O Amor pela Igreja: A Comunhão dos Santos

A Igreja como Corpo de Cristo

O amor por Deus e pelas almas encontra expressão na igreja, o corpo de Cristo. Efésios 5:25-27 declara: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, [...] a fim de a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula.” A igreja não é um edifício, mas um povo vivo, como 1 Coríntios 12:27 afirma: “Vós sois o corpo de Cristo, e membros uns dos outros.” Cada crente é uma parte essencial, e Cristo é a cabeça. Em Atos 2:42-47, a igreja primitiva vivia em comunhão vibrante: oravam juntos, partilhavam bens, cresciam em alegria. Atos 4:32 adiciona: “Eram um só coração e uma só alma.” Essa unidade refletia o amor de Deus ao mundo.

Em Éfeso, a comunhão era forte inicialmente, mas Apocalipse 2:4 indica que ela se fragmentou. A perda do “primeiro amor” incluiu o amor pelos irmãos, enfraquecendo o testemunho coletivo. A igreja é o lugar onde o amor por Deus se concretiza em serviço mútuo e onde o amor pelas almas ganha forma comunitária.

Obstáculos ao Amor pela Igreja

Por que esse amor esfria? Primeiro, as mágoas. Colossenses 3:13 ordena: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente.” Palavras mal interpretadas ou omissões geram ressentimentos que dividem. Segundo, o individualismo. Hebreus 10:24-25 exorta: “Consideremo-nos uns aos outros, [...] não abandonando a nossa congregação.” A cultura moderna promove o isolamento, priorizando interesses pessoais acima da comunhão. Terceiro, as críticas. Efésios 4:29 recomenda: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for útil para edificação.” Murmurações contra líderes, cultos ou irmãos corroem a unidade.

Aplicações Práticas

Amar a igreja exige compromisso. 1. Pratique o perdão. Se há mágoas, siga Mateus 18:15: busque reconciliação com humildade, orando pelo irmão antes de confrontá-lo. 2. Participe ativamente. Comprometa-se com um grupo pequeno, um ministério ou um culto extra, como Hebreus 10:25 sugere, para fortalecer laços. 3. Sirva com seus dons. Romanos 12:6-8 lista dons como ensino, hospitalidade, intercessão. Identifique o seu e use-o — acolha um novo membro, visite um enfermo. 4. Edifique com palavras. No lugar de críticas, agradeça a Deus por algo no culto — o louvor, a mensagem, um voluntário. A igreja é um organismo vivo; cada ato de amor a fortalece.


4. O Amor pela Palavra de Deus: A Luz da Verdade

A Palavra como Sustento e Guia

O amor por Deus, pelas almas e pela igreja é ancorado na Palavra de Deus. Salmos 119:97 exclama: “Oh! Quanto amo a tua lei! Ela é a minha meditação todos os dias.” Ela é viva, como Hebreus 4:12 afirma: “Mais cortante que qualquer espada de dois gumes”, transformando corações. Salmos 119:105 adiciona: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.” Jesus a usou como defesa no deserto, em Mateus 4:4: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” Josué 1:8 promete: “Não se aparte da tua boca o livro desta Lei, [...] e então prosperarás.”

Em Éfeso, a Palavra era central no início, como Atos 19:20 relata: “A palavra do Senhor crescia e prevalecia.” Mas, ao perderem o amor, ela foi negligenciada, enfraquecendo sua fé. A Palavra conecta todos os amores: revela Deus (Salmos 119:11), guia-nos às almas (2 Timóteo 3:16), edifica a igreja (Efésios 4:12).

Barreiras ao Amor pela Palavra

Por que a negligenciamos? Primeiro, a preguiça espiritual. 2 Timóteo 4:3-4 alerta que muitos rejeitam a sã doutrina, preferindo “fábulas”. Distrações digitais ou ocupações consomem o tempo que deveríamos dedicar à Bíblia. Segundo, as dúvidas mundanas. Desde Gênesis 3:1 — “Foi isso mesmo que Deus disse?” —, o inimigo semeia desconfiança. A cultura questiona a relevância da Escritura, sugerindo que está ultrapassada. Terceiro, a desobediência. Tiago 1:22 adverte: “Tornai-vos praticantes da palavra, e não somente ouvintes.” Ler sem obedecer é como comer sem digerir.

Aplicações Práticas

Amar a Palavra exige disciplina. 1. Leia com propósito. Estabeleça um plano: comece com o Evangelho de João, lendo um capítulo por dia, anotando insights (Salmos 119:18). 2. Medite profundamente. Como Salmos 1:2 sugere, reserve um momento para refletir: como o versículo se aplica à sua vida? 3. Obedeça com diligência. Se a Bíblia manda perdoar (Mateus 6:14), perdoe; se manda compartilhar (Lucas 3:11), doe. 4. Compartilhe a verdade. Ensine um versículo a seus filhos, cite-o a um amigo, viva-o em suas ações (2 Coríntios 3:3). A Palavra é o pão que nos sustenta; nutri-vos dela.


Conclusão: Um Chamado à Renovação

Os quatro amores — por Deus, pelas almas, pela igreja e pela Palavra — não são opcionais; são a essência da vida cristã. Eles se entrelaçam como fios de um cordão que nos liga ao coração do Pai. O amor por Deus é a fonte, que transborda em compaixão pelas almas, se concretiza na comunhão da igreja e se firma na verdade da Palavra. Contudo, como Éfeso nos ensina, esses amores podem esfriar. O mundo nos bombardeia com distrações, egoísmo, divisões e mentiras, mas Deus, em Sua graça, nos convoca à renovação. Apocalipse 2:5 é claro: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras.”

Examine seu coração. Está seu amor por Deus vibrante, ou sufocado por prioridades erradas? Preocupa-se com as almas perdidas, ou passa indiferente por elas? Valoriza a igreja, servindo com alegria, ou guarda mágoas que a dividem? Nutre-se da Palavra, ou a deixa empoeirada? A promessa de Salmos 51:10 é para você: “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova-me um espírito firme.” Deus não apenas aponta nossas falhas; Ele restaura, reacende, transforma.

Convite à ação: Hoje, comprometa-se a viver esses amores. Reserve tempo para orar, interceda por uma alma perdida, reconcilie-se com um irmão, leia a Bíblia com fome. Que sua vida seja um manancial vivo, refletindo o amor de Cristo ao mundo. O céu aguarda para celebrar cada passo que você der em direção a esse chamado.


Nota Final

Querido leitor, esta mensagem é um convite para que você não apenas leia, mas viva o amor que Deus plantou em seu coração. Como você tem cultivado esses amores em sua vida? Compartilhe suas reflexões nos comentários abaixo ou entre em contato conosco. Que o Espírito Santo o guie a uma fé apaixonada, missionária, comunitária e ancorada na verdade. Para saber mais, visite nosso cana do youtube Minuto Missionário e reúna conosco na Casa de Oração em Jacaraú PB.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

O Tempo de Deus em Nossas Vidas (Eclesiastes 3)

 


O Tempo de Deus em Nossas Vidas (Eclesiastes 3)

No dia 22 de dezembro de 2003, nossa história mudou para sempre. Foi um dia marcado por despedidas emocionantes, carregado de abraços, lágrimas e incertezas, mas também preenchido com a convicção inabalável de que estávamos respondendo ao chamado de Deus. Naquele dia, eu, Tatiane, meus pais Damião e Agemar, e minha irmã Losane, nos despedimos da nossa amada Ituiutaba, MG, e embarcamos rumo à Paraíba, com corações jovens, cheios de fé e de sonhos. Eu tinha 24 anos, Tatiane, 23. Éramos tão novos, mas já carregávamos um propósito profundo que o Senhor havia plantado em nossos corações.

Nossa casa se encheu de pessoas queridas. Irmãos na fé, amigos verdadeiros e familiares lotaram aquele espaço com demonstrações de amor que jamais esqueceremos. Cada abraço e cada lágrima pareciam dizer: "Estamos com vocês." No meio das caixas, do embarque e dos acenos, vivemos momentos que ainda hoje são muito vivos em nossa memória. Lembro-me das imagens que marcaram aquele dia: Tatiane entrando no ônibus, nós dois sentados e emocionados, e minha mãe, com o rosto junto à janela, acenando para aqueles que ficaram.

Hoje, ao olhar para trás, vejo como esse dia foi um marco. Meus pais, que nos despediram com tanto amor, hoje já descansam com o Senhor. Losane agora mora em Belo Horizonte, construindo sua família. Na Paraíba, Deus nos deu algo que jamais poderíamos imaginar: nossos filhos Isaac e Sarah, que são presentes preciosos, e uma família espiritual composta por dezenas de filhos na fé.

Olhando para tudo isso, só posso dizer que o tempo de Deus é perfeito. Ele escreve nossas histórias com sabedoria, nos colocando exatamente onde devemos estar. Como diz Eclesiastes 3, há um tempo para cada propósito debaixo do céu. Naquele 22 de dezembro de 2003, nosso tempo chegou. Um tempo de entrega, de obediência, de confiar que Ele nos guiaria para onde deveríamos ir.

Se essas fotos contam uma história, ela é a de que o amor de Deus nos sustenta em cada estação. Ele transforma incertezas em convicções, saudades em gratidão, e lágrimas em colheitas de alegria. Hoje, compartilhamos essas memórias como um testemunho do quanto Deus é fiel, do quanto Ele se faz presente em cada capítulo das nossas vidas.

Para todos que estiveram conosco naquele dia: obrigado. Para todos que caminham conosco hoje: vocês são parte dessa família que Deus nos deu. E para aqueles que nos leem agora: que sua vida seja sempre guiada pelo tempo de Deus.

Que Ele continue nos sustentando e dirigindo em Sua boa, perfeita e agradável vontade. 🙏












quarta-feira, 9 de abril de 2025

O Anseio pelo Profundo de Deus: Uma Reflexão sobre a Verdadeira Busca Espiritual

 


O Anseio pelo Profundo de Deus: Uma Reflexão sobre a Verdadeira Busca Espiritual

Recentemente, alguém me disse: "Quero experimentar o profundo de Deus, mas não sei se nessa igreja eu vou encontrar, não sei se aqui é o meu lugar." Essas palavras, ditas com sinceridade por uma pessoa que começa sua caminhada na fé, carregam um peso que ressoa em muitos corações. Elas exigem reflexão. O que é esse "profundo" que tanto se deseja? Será que está em uma igreja específica ou em algo mais íntimo, mais essencial? Aqui está uma verdade: o profundo de Deus não é um lugar ou uma sensação passageira – é a intimidade com Ele, e ela não depende de onde você está, mas de como você O busca.

O Profundo é Intimidade com Deus

O "profundo de Deus" não é um conceito vago ou distante. É a realidade de conhecer Deus além da superfície, de mergulhar em Sua presença como quem entra em águas profundas. A Bíblia deixa isso claro em Salmos 42:7: "Um abismo chama outro abismo." Esse chamado não é para algo externo, como um evento grandioso ou uma emoção fabricada. É para o coração se conectar com o Criador de forma real e transformadora. Jesus ensinou em Mateus 6:6 que essa conexão acontece no "quarto secreto", onde você fecha a porta e encontra o Pai que vê em secreto. O profundo é pessoal, relacional – é Deus se revelando a você no silêncio da sua entrega.

Quem busca esse profundo não está atrás de algo que uma igreja pode simplesmente entregar. Não é uma experiência pronta, embalada em hinos ou sermões. É um anseio por sentir Deus mais perto, por entender quem Ele é e ver Sua mão agindo na vida. E essa busca começa dentro de você, não em um prédio ou em uma comunidade.

A Igreja Aponta, Mas Não É o Profundo

"Não sei se nessa igreja eu vou encontrar." Essa dúvida é compreensível, especialmente para quem é novo na fé. A igreja tem um papel vital – ela é o lugar onde crescemos juntos, onde somos encorajados "ao amor e às boas obras" (Hebreus 10:24-25). Mas ela não é o profundo em si. Ela é um caminho, uma família que apoia, mas não a fonte da intimidade com Deus. Esperar que a igreja supra todo o seu anseio espiritual é como pedir a um mapa que caminhe por você. O mapa ajuda, mas o passo é seu.

Davi, que escreveu salmos tão profundos, não encontrou Deus apenas no templo. Ele O encontrou nas noites solitárias como pastor, nas cavernas como fugitivo, nos momentos em que derramava sua alma em oração. O profundo de Deus não está preso a um lugar ou a um grupo – ele está disponível onde você está, se você O buscar de todo o coração, como promete Jeremias 29:13: "Vocês me buscarão e me encontrarão quando me buscarem de todo o coração."

Uma Jornada Pessoal e Concreta

Para quem é novo na fé, esse desejo por mais pode parecer confuso, mas é um sinal claro de que o Espírito Santo está agindo. O profundo que você quer não é uma experiência mágica que outra igreja ou pessoa pode te dar – ele vem da sua busca pessoal por Deus. Não é uma questão de "será que aqui é o meu lugar?", mas de "estou buscando a Deus com tudo o que sou?". O profundo cresce com disciplina e entrega: lendo a Palavra com expectativa, orando com honestidade, confiando que Deus se revelará.

A igreja pode te ensinar e te guiar, mas o verdadeiro mergulho acontece no secreto. Comece onde você está – reserve um tempo diário para falar com Deus, abra a Bíblia como quem procura um tesouro, peça a Ele que te mostre quem Ele é. O profundo não é um destino a ser alcançado; é uma jornada a ser vivida, e ela começa agora.

O Chamado é para Hoje

O anseio pelo profundo de Deus é um presente, um convite direto do Criador. Ele não está escondido em uma igreja perfeita ou em um futuro distante – está ao seu alcance, no secreto do seu coração. A pergunta não é "onde encontro o profundo?", mas "como vou buscá-lo hoje?". Fique na sua igreja, aprenda, sirva, cresça – mas não coloque nela a responsabilidade pelo que só Deus pode fazer em você. O profundo é real, é para você, e Ele está te esperando. Responda ao chamado.

sábado, 5 de abril de 2025

O Milagre da Salvação e o Poder Transformador de Jesus

 


O Milagre da Salvação e o Poder Transformador de Jesus

Introdução

A vida tem uma maneira de nos surpreender com desafios inesperados. Seja uma doença que rouba a paz, um peso que carregamos na alma ou um vazio que não sabemos explicar, todos enfrentamos momentos em que precisamos de algo maior que nós mesmos. Há uma boa notícia que atravessa os séculos: Jesus, o Salvador, veio ao mundo para transformar vidas. Ele encontra os desesperados, chama os hesitantes à confiança, oferece uma salvação que muda tudo e prova que Seu poder ainda é real hoje. Não é apenas uma história antiga – é uma promessa viva para quem busca esperança. Neste artigo, vamos explorar como o evangelho, essa mensagem de amor e redenção, fala ao coração humano e traz milagres que vão além do que podemos imaginar.


O Evangelho Encontra Quem Está no Limite

Pense em alguém em crise – um pai preocupado com um filho, uma pessoa lutando contra a culpa, alguém que perdeu o rumo. A mensagem de Jesus sempre começa aí, no ponto onde as forças humanas acabam. Ele não espera que estejamos perfeitos ou no controle; Ele vem até nós quando tudo parece perdido. A Bíblia diz que Deus prova Seu amor ao enviar Seu Filho para morrer por nós, mesmo sendo nós imperfeitos.

Para quem sente que está no limite, essa é a esperança: você não está sozinho. Talvez você carregue um fardo que não conta a ninguém – uma dor silenciosa, um erro do passado. O evangelho diz que Jesus está perto, pronto para acolher. Ele mesmo prometeu alívio aos cansados e sobrecarregados. Não é sobre merecer; é sobre aceitar o amor que Ele oferece. Para quem já experimentou essa graça, é um lembrete: foi na nossa fraqueza que Ele nos encontrou. Se uma nova tempestade bate à sua porta, saiba que o Salvador ainda ouve o clamor dos quebrantados. Ele é a luz que brilha onde a escuridão tenta vencer.


A Fé Abre Caminho para a Esperança

A transformação começa com um passo simples, mas poderoso: crer. O evangelho não exige que vejamos tudo para confiar – ele nos convida a dar um salto de fé na promessa de um Salvador que não falha. Há quem diga: “Quero provas antes de acreditar.” Mas a fé, como a Bíblia ensina, vem pelo ouvir, e é a certeza do que ainda não se vê. É confiar que o amor de Deus é real, mesmo quando a dúvida sussurra ao nosso ouvido.

Para quem ainda não conhece Jesus, essa é a porta que se abre diante de você. Não é preciso entender tudo ou ter uma vida arrumada – basta crer que Ele pode mudar sua história. Já vi pessoas que, em meio ao caos, encontraram paz ao dar esse passo. Se a incerteza te segura, peça ajuda – o próprio Jesus está pronto para fortalecer sua confiança. Para os que já caminham com Ele, a fé é a âncora em tempos difíceis. Quantas vezes hesitamos diante de um problema? A promessa divina é que Sua palavra nunca volta vazia. Seja para encontrar salvação ou receber um toque de cura, a fé é o caminho que nos leva ao coração de Deus.


A Salvação Transforma Tudo

O evangelho não oferece apenas alívio passageiro – ele traz uma mudança profunda. Imagine alguém buscando ajuda para uma dificuldade imediata e descobrindo um amor que renova toda a sua vida. A Bíblia diz que Deus enviou Seu Filho para que todo aquele que n’Ele crê tenha vida eterna. Esse é o maior milagre: ser perdoado, restaurado e recebido como filho de Deus.

Para quem ainda não aceitou essa verdade, o convite é claro: há mais do que você imagina. Talvez você procure solução para um problema – uma doença, um conflito – mas Jesus oferece paz eterna. Ele veio buscar e salvar o que estava perdido, e essa promessa é para você. Já testemunhei lares inteiros transformados porque uma pessoa disse “sim” a esse amor. Para os que já experimentaram a salvação, essa é a chama que nos move. O mesmo poder que nos resgatou pode alcançar outros – familiares, amigos, vizinhos. O evangelho é uma corrente de transformação que não para; ele começa em um coração e se espalha como luz em meio às trevas.


O Poder de Jesus Ainda Vive

Os feitos de Jesus não são apenas ecos do passado – eles ressoam hoje. Ele mesmo prometeu estar conosco todos os dias, e a Bíblia afirma que Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. O que Ele fez outrora – curar, libertar, salvar – Ele faz agora. Há quem pense que os milagres acabaram, mas a história e a experiência mostram o contrário: o poder de Jesus continua ativo.

Para quem ainda não O conhece, essa é a boa notícia: a salvação está ao seu alcance hoje. Ele quer te dar vida em abundância – não apenas resolver um momento, mas te oferecer um futuro eterno. Talvez você sinta um toque especial – uma cura no corpo, uma paz na alma – como sinal do Seu cuidado. Para os que já creem, essa verdade é nossa força. Já vi enfermos recuperados, corações partidos restaurados, vidas renovadas. Se você anseia por um milagre ou deseja ver sua comunidade transformada, creia: o Salvador que mudou o mundo ainda muda vidas. Ele está perto, esperando sua confiança.


Conclusão

O evangelho é a mensagem que nos alcança na fraqueza, nos convida à fé, nos transforma com a salvação e nos conecta ao poder vivo de Jesus. Ele encontra os desesperados, fortalece os hesitantes, renova os perdidos e prova que Sua graça é para hoje. Para quem ainda não O aceitou, o chamado é simples: entregue sua vida a Ele e receba o perdão e a paz que só Ele dá. Para os que já O seguem, o desafio é crer que Seu poder ainda opera – em nós e através de nós. O Salvador dos milagres está vivo, e Sua promessa é para você. Que essa verdade toque seu coração e mude sua história!

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Deus Acalma a Tempestade e Transforma Vidas

 


Deus Acalma a Tempestade e Transforma Vidas

Texto Base: Mateus 14:22-33

Introdução

A vida é cheia de tempestades – momentos de caos, frustração e medo que testam nossa fé e nos fazem questionar o propósito de tudo. Em Mateus 14:22-33, encontramos uma história poderosa: Jesus caminha sobre as águas, acalma a tempestade e transforma a vida de Pedro, um homem comum e improvável. Esse relato não é apenas um milagre do passado; é uma mensagem viva para nós hoje. Deus nos conhece profundamente – nossas lutas, nossos altos e baixos – e nos chama não pelo que somos agora, mas pelo propósito que Ele tem para nós. Neste artigo, exploraremos cinco verdades transformadoras dessa passagem, mostrando como Jesus entra em nossas tempestades para nos salvar e nos levar além do impossível.


1. Deus Encontra Você na Frustração e Te Chama para um Propósito

Antes de ser um apóstolo, Pedro era apenas um pescador, enfrentando uma noite de trabalho frustrada, com redes vazias (Lucas 5:5). Ele era instável – confiava em um momento e duvidava no outro –, mas foi exatamente nesse vazio que Jesus entrou. Subindo em seu barco, Jesus ordenou: “Lança a rede de novo” (Lucas 5:4). Sob a palavra d’Ele, veio uma pesca milagrosa, mas o verdadeiro milagre foi o chamado: “Vem, segue-me, e eu te farei pescador de homens” (Mateus 4:19). Pedro largou tudo e seguiu.

Assim como Pedro, muitos de nós enfrentamos momentos de frustração – planos que não dão certo, sonhos que parecem distantes. Mas é no vazio que Deus age. Ele não nos define pelo fracasso, mas pelo propósito que planejou. Jeremias 29:11 nos lembra: “Eu sei os planos que tenho para vocês, planos de fazê-los prosperar.” Quando tudo parece perdido, Deus está pronto para entrar no seu barco e te chamar para algo maior.


2. Deus Age no Caos e Revela Seu Poder

Jesus levou os discípulos a Cafarnaum, onde realizou milagres extraordinários. Ele curou a sogra de Pedro, que se levantou para servi-Lo (Mateus 8:14-15), e depois curou toda a cidade (v. 16). Mais tarde, alimentou 5 mil pessoas com cinco pães e dois peixes (Mateus 14:13-21), mostrando que não há limites para Seu poder. Porém, logo após esses momentos de glória, Ele enviou os discípulos ao mar, direto para uma tempestade (v. 22). Por quê? Porque Deus usa o caos como um mestre, ensinando-nos a depender d’Ele.

Muitas vezes, perguntamos: “Por que enfrento dificuldades se busco a Deus?” A resposta é simples: Ele é pedagogo, não apenas teólogo. Ele age no caos para revelar que é o Salvador capaz de transformar qualquer situação. Seja na cura, na provisão ou na paz, Deus mostra Seu poder onde nossas forças acabam.


3. A Tempestade Testa Sua Fé, Mas Jesus Está Perto

No meio do mar da Galileia, os discípulos enfrentaram uma tempestade feroz (Mateus 14:24). Pescadores experientes, eles conheciam o mar, mas estavam sem controle – a 6 km da costa, com ventos contrários e ondas altas. Estar “no meio” é desafiador: voltar ou seguir exige o mesmo esforço. Quantos de nós já pensamos em desistir, como o povo de Israel que preferiu o Egito aos desafios da liberdade (Números 11:5)?

Mas Jesus os via (v. 25). Ele veio andando sobre as águas, declarando: “Sou Eu, não tenham medo!” (v. 27). Essa frase ecoa o “Eu Sou” de Êxodo 3:14 e Jó 9:8, que diz: “Só Deus anda sobre as ondas.” A tempestade é um laboratório de fé – um lugar onde Deus refina nossa confiança n’Ele. Quando você está no meio, não desista; Jesus está mais perto do que você imagina, pronto para te sustentar.


4. A Fé em Jesus Traz Salvação

Pedro, impulsivo, pediu: “Senhor, manda-me ir até você” (v. 28). Jesus disse: “Vem!” Ele saiu do barco e andou sobre as águas – um milagre! Mas, ao olhar o vento, afundou e clamou: “Senhor, salva-me!” (v. 30). Imediatamente, Jesus estendeu a mão e o segurou (v. 31). Esse é o coração do evangelho: quando clamamos, Ele salva. Romanos 10:13 afirma: “Todo o que invocar o nome do Senhor será salvo.”

Talvez você esteja afundando – no medo, na depressão, na amargura, em traumas do passado. Jesus está perto, com a mão estendida. Isaías 41:10 promete: “Não temas, pois estou com você; eu o segurarei com minha mão direita vitoriosa.” Ele te resgata do caos e te leva de volta ao barco, transformado. A fé em Jesus é o caminho para a salvação eterna.


5. Jesus Te Chama para Viver o Impossível

Quando Pedro e Jesus entraram no barco, a tempestade cessou, e os discípulos exclamaram: “Verdadeiramente, és o Filho de Deus!” (v. 33). O barco representava a segurança humana, mas Jesus chamou Pedro para as águas – o lugar da fé. Tempestades são inevitáveis e imprevisíveis, mas pedagógicas. Deus não segue nossos métodos; os discípulos esperavam Jesus de barco, mas Ele veio andando.

A tempestade que te apavora está sob os pés de Jesus. João 16:33 diz: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” Hebreus 12:2 nos exorta: “Fixemos os olhos em Jesus.” Ele te chama para sair do barco – da zona de conforto – e viver o impossível com Ele. O que parece intransponível é uma oportunidade para confiar e ver Seu poder.


Conclusão

A história de Pedro nos ensina que Deus encontra você na frustração, age no caos, testa sua fé, oferece salvação e te chama para o impossível. Jesus não apenas acalma tempestades; Ele transforma vidas. Hoje, Ele te convida a fixar os olhos n’Ele e clamar por salvação. Se você ainda não O conhece, entregue sua vida a Cristo – Ele é o Salvador que te sustenta em qualquer mar revolto. E se você já O segue, saia do barco da autossuficiência e viva pela fé. Com Jesus, toda tempestade se torna um caminho para a vitória.

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Jejum: Um Tempo com Deus

 

Jejum: Um Tempo com Deus

Por Paulo Eduardo

Recentemente, uma irmã querida me procurou com uma dúvida sincera: "Pastor, como é o jejum? Eu fico tão confusa, sem entender." Essa pergunta me tocou, porque o jejum, embora simples, pode parecer um mistério para muitos. Mas a Palavra de Deus nos mostra que é uma prática acessível e poderosa, um presente que nos leva a um encontro mais profundo com o Senhor. Vamos explorar juntos, de forma clara e prática, o que a Bíblia ensina sobre o jejum.

O Que é o Jejum?

O jejum é, em poucas palavras, abrir mão de algo que nos dá prazer – algo que gostamos muito – para dedicar esse tempo a Deus em consagração e oração. Não é uma regra complicada ou uma obrigação que pesa sobre nós. É um ato de amor, uma escolha de colocar o Senhor em primeiro lugar. Jesus nos dá uma orientação preciosa em Mateus 6:17-18: "Tu, porém, quando jejuarem, unge a tua cabeça e lava o teu rosto, para que não pareça aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará." Essas palavras mostram que o jejum é algo íntimo, um segredo entre você e Deus, que Ele vê e valoriza.

E aqui está uma verdade libertadora: o jejum não precisa ser só sobre comida. Sim, a Bíblia fala de jejuns de alimentos – como Daniel, que se absteve de manjares por 21 dias (Daniel 10:3), ou os discípulos de João Batista, que jejuavam com frequência (Mateus 9:14). Mas o jejum pode ir além. Pode ser qualquer coisa que você ama e que, ao abrir mão, te ajude a lembrar de Deus. Se você gosta de tomar café pela manhã, pode jejuar disso por um dia e usar esse momento para orar. Se passa horas no celular, que tal deixá-lo de lado por algumas horas e ler a Bíblia? Até uma série favorita ou um docinho pode ser "jejuado" por um tempo. O segredo é que, quando sentir saudade disso, você volte seu coração e sua mente para Cristo.

Por Que Jejuar?

A Bíblia está cheia de exemplos que mostram o poder do jejum. Moisés jejuou 40 dias antes de receber as tábuas da Lei (Êxodo 34:28). Ester pediu um jejum antes de enfrentar o rei (Ester 4:16). Jesus jejuou no deserto para se preparar para Seu ministério (Mateus 4:2). Em cada caso, o jejum foi um caminho para ouvir Deus, buscar força e se consagrar. Isaías 58:6 nos diz: "Não é este o jejum que escolhi, que se quebre todo jugo?" O jejum nos liberta, nos alinha com o Senhor e abre portas para Ele agir em nossas vidas. É uma forma de dizer: "Deus, eu dependo de Ti mais do que de qualquer prazer deste mundo."

Como Fazer na Prática?

Não precisa complicar. O jejum é pessoal e flexível. Escolha algo que você gosta – comida, redes sociais, música, TV – e decida quanto tempo vai se abster: pode ser uma refeição, algumas horas ou um dia inteiro. Por exemplo, se você ama café da tarde, pode dizer: "Hoje, vou abrir mão disso e, nesse horário, vou louvar ou conversar com Deus." Quando sentir falta do que deixou de lado, lembre-se de Jesus. Ore, agradeça, peça direção. Mantenha seu coração n’Ele. Não é sobre sofrer ou se forçar, mas sobre criar um espaço para Deus no seu dia. E, como Jesus ensinou, faça isso com alegria, não com cara de tristeza para os outros notarem.

Um Passo de Fé

O jejum não é uma lei para nos prender, mas uma oportunidade para nos aproximar de Deus. Imagine o que pode acontecer quando você entrega algo que ama e usa esse tempo para buscar o Senhor. Que paz você pode encontrar? Que respostas Ele pode trazer? O jejum nos lembra que Deus é maior que nossos desejos, e que n’Ele encontramos tudo o que precisamos. Se ainda tiver dúvidas, venha conversar comigo. Vamos aprender juntos, passo a passo, e descobrir como o jejum pode ser uma bênção em nossa caminhada com Cristo. Que o Senhor nos guie e nos encha com Sua presença, porque, como Ele promete, quem busca em secreto será recompensado pelo Pai!

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Vasilhas Cheias: Da Nossa Insuficiência à Suficiência de Deus

 


Vasilhas Cheias: Da Nossa Insuficiência à Suficiência de Deus

Texto Base: 2 Reis 4:1-7 (Almeida Revista e Atualizada)

A Bíblia nos apresenta uma história poderosa em 2 Reis 4:1-7 que fala diretamente ao coração de quem já enfrentou dificuldades: "Uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao Senhor; e veio o credor para levar os meus dois filhos para lhe serem escravos. Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. Ela respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então, disse ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Depois, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas; e põe à parte a que estiver cheia. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia. Cheias as vasilhas, disse ela a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha. E o azeite parou. Então, foi ela e referiu-o ao homem de Deus; e ele disse: Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e, com o que sobrar, viverás tu e teus filhos."

Essa narrativa não é apenas um relato do passado; ela traz lições vivas para nós hoje. A partir dela, podemos descobrir como Deus transforma nossa insuficiência em abundância, começando com o que já temos em mãos. Vamos explorar cinco verdades que emergem dessa história.

A Realidade das Lutas – Até os Profetas as Enfrentam

O texto começa com uma cena de desespero. Em 2 Reis 4:1, lemos: "Uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao Senhor; e veio o credor para levar os meus dois filhos para lhe serem escravos." Essa mulher era esposa de um profeta, alguém que serviu a Deus fielmente. Seu marido temia ao Senhor, mas isso não o isentou das dificuldades da vida. Após sua morte, ela ficou viúva, endividada e enfrentando a ameaça de perder os filhos para os credores. Essa situação nos ensina algo profundo: servir a Deus não nos livra das lutas. Muitos de nós já sentimos esse peso – uma conta que não fecha, a solidão que aperta, o medo do amanhã. Podemos até perguntar: "Se eu sigo a Deus, por que isso está acontecendo?" A resposta está na vida de figuras como Jó, que perdeu tudo, ou Davi, perseguido por Saul. As lutas vêm, mas há uma promessa que ressoa: embora enfrentemos dificuldades, jamais estamos desamparados. O socorro de Deus nunca falha. E a viúva, em seu desespero, deu um passo crucial: buscou ajuda.

Busque na Pessoa Certa – Deus Usa Seus Servos

A atitude da viúva nos leva a uma segunda lição. Em 2 Reis 4:1, ela "clamou a Eliseu". Não correu para os vizinhos em busca de conselhos vagos, nem tentou negociar sozinha com os credores. Ela foi diretamente ao homem de Deus, aquele que carregava a palavra do Senhor. Isso revela sabedoria espiritual. Quantas vezes, em nossas lutas, procuramos soluções nos lugares errados? Recorremos a amigos que não compreendem, buscamos respostas em distrações ou tentamos resolver tudo com nossas próprias forças. Mas Deus coloca em nosso caminho pessoas que podem nos orientar, homens de Deus e melhor temos acesso direto hoje Jesus, que nos convida em Mateus 11:28: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." Ele é a fonte certa para nossas insuficiências. Como um carro quebrado que precisa de um mecânico, não de um cozinheiro, nossas lutas devem ser levadas a quem tem o poder de Deus. E o milagre da viúva não veio apenas por buscar Eliseu; Deus quis usar o que ela já possuía.

Deus Começa com o Que Temos – Nossas Vasilhas

A próxima verdade surge em 2 Reis 4:2: "Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. Ela respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite." Para a viúva, aquela botija era insignificante, quase nada. Mas para Deus, era o ponto de partida. Ele não despreza o que temos, por menor que pareça. Nossos talentos, nossa fé hesitante, nosso tempo – tudo isso pode ser colocado em Suas mãos para ser multiplicado. Lembremos dos cinco pães e dois peixes em João 6:9: para o menino, era apenas um lanche; para Jesus, tornou-se alimento para milhares. O que temos em casa hoje? Uma oração simples? Um louvor cantado em meio às lágrimas? Quando entregamos isso a Deus, Ele faz o milagre começar. Mas há um detalhe essencial: o milagre dependeu das vasilhas que ela reuniu.

A Limitação Está em Nós – Quantas Vasilhas Você Tem?

Em 2 Reis 4:3-6, Eliseu instrui: "Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas." E mais adiante: "Cheias as vasilhas, disse ela a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha. E o azeite parou." O azeite só cessou quando as vasilhas acabaram. A suficiência de Deus é ilimitada, mas nossa fé e expectativa podem determinar o tamanho do milagre. Quantas vasilhas estamos trazendo? Às vezes, pedimos pouco porque esperamos pouco. A viúva poderia ter se contentado com uma ou duas vasilhas, mas Eliseu disse: "Não poucas!" Deus deseja encher nossa vida até transbordar. Ele é grande, como afirma Salmos 147:5: "Grande é o nosso Senhor, e de grande poder." Cabe a nós ampliar nossa confiança e crer em Sua capacidade. E onde esse milagre se concretizou? Num lugar especial.

O Mover de Deus no Secreto

Por fim, 2 Reis 4:4-5 nos mostra: "Depois, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas; [...] Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia." O milagre aconteceu atrás de portas fechadas, sem plateia, apenas com a viúva, seus filhos e Deus. Ele frequentemente age no secreto – no silêncio do nosso quarto, na oração que ninguém ouve. Jesus reforça isso em Mateus 6:6: "Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará." Não importa se ninguém vê nossas lutas; Deus vê, e Ele trabalha no oculto para nos sustentar em público.

Conclusão

A história da viúva termina em 2 Reis 4:7: "Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e, com o que sobrar, viverás tu e teus filhos." Ela enfrentou lutas, mas não foi abandonada. Buscou na fonte certa, entregou o que tinha, trouxe vasilhas de fé e viu Deus agir no secreto. Da nossa insuficiência, Ele faz surgir Sua suficiência. Não importa o tamanho do desafio, Deus começa com o que temos e multiplica para nos sustentar. Que possamos trazer nossas vasilhas a Jesus, confiando que, n’Ele, jamais estamos desamparados.

terça-feira, 1 de abril de 2025

A Verdade no Dia da Mentira: Uma Reflexão Bíblica


 A Verdade no Dia da Mentira: Uma Reflexão Bíblica

Por Paulo Eduardo


Hoje, 1º de abril, é conhecido em muitas culturas como o "Dia da Mentira". Um dia em que brincadeiras e histórias inventadas ganham espaço, muitas vezes com leveza e humor. Mas, como cristãos, somos chamados a refletir: o que a Palavra de Deus nos ensina sobre a verdade e a mentira? Será que há lugar para a falsidade, mesmo que em tom de brincadeira, no coração de quem segue a Cristo?A Bíblia é clara sobre a visão de Deus em relação à mentira. Em Provérbios 12:22, lemos: "Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu deleite." Aqui, vemos um contraste marcante: a mentira é algo que desagrada profundamente a Deus, enquanto a verdade e a fidelidade refletem o Seu caráter. Isso nos leva a uma questão importante: se Deus é a própria Verdade (João 14:6), como podemos, como Seus filhos, nos alinhar a qualquer forma de falsidade?O "Dia da Mentira" pode parecer inofensivo à primeira vista. Afinal, quem nunca riu de uma pegadinha bem-humorada? No entanto, a origem dessa data — que remonta a tradições culturais como a mudança do calendário no século XVI na França — não carrega em si um propósito espiritual. Como seguidores de Cristo, somos desafiados a olhar além das tradições humanas e a alinhar nossas ações com os valores eternos do Reino de Deus. Colossenses 3:9 nos exorta: "Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos." A mentira, mesmo em tom de brincadeira, pode sutilmente abrir portas para um coração que se acostuma a distorcer a realidade.Deus não apenas condena a mentira, mas também exalta a verdade como um reflexo de quem Ele é. Em João 8:32, Jesus declara: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." A verdade é libertadora porque nos conecta com o coração de Deus e nos afasta das armadilhas do inimigo, que a Bíblia chama de "pai da mentira" (João 8:44). Satanás usou a falsidade desde o princípio para enganar Eva no Éden, mostrando que a mentira, por menor que pareça, é uma ferramenta que sempre busca nos afastar da vontade divina.Isso não significa que o humor ou a alegria sejam contrários à fé — longe disso! Deus nos criou com a capacidade de rir e celebrar. Mas nosso prazer deve estar enraizado naquilo que edifica e reflete a luz de Cristo, não em práticas que, mesmo sem intenção, flertam com o que é contrário ao Seu caráter. Em Efésios 4:25, Paulo nos chama à autenticidade: "Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros." A verdade fortalece nossos relacionamentos, enquanto a mentira, mesmo em tom de brincadeira, pode semear desconfiança.Neste 1º de abril, enquanto o mundo celebra o "Dia da Mentira", somos convidados a fazer uma escolha diferente. Que tal transformar este dia em um momento de proclamar a verdade? Que nossas palavras sejam um reflexo do amor e da fidelidade de Deus, trazendo vida e esperança a todos ao nosso redor. Afinal, como está escrito em Salmos 119:160, "A suma da tua palavra é a verdade, e todas as tuas justas ordenanças duram para sempre."Que neste dia, e em todos os outros, possamos viver como portadores da verdade, honrando Aquele que é o caminho, a verdade e a vida. Que o Senhor nos guie para que nossas palavras e ações sejam um testemunho vivo do Seu amor eterno.